
Quando te conheci eras pequeno (mas só de idade) naquela altura parecias um leãozinho, tinha medo, eu era uma criança cheia de vontade de brincar contigo e de saber como era ter um cachorro. Nos primeiros tempos tinha receio de te tocar, ainda me lembro quando te deixei cair, estavas a ganir de medo e eu segurei-te pra te dar mimos, mas mexeste-te um pouco mais e com medo larguei-te, mas não fizeste mal... Muitas brincadeiras, muitas corridas, muita companhia me fizeste quando passava os dias em casa a ver TV; algumas quedas por ti, que hoje já não importam... Os anos foram passando e tu estavas sempre lá, quando queria lá te ia fazer umas festas e brincar contigo, eras tão fofo, tão querido, só querias que te dessem atenção de vez em quando... Nos últimos tempos deixei de o fazer porque sentia que o fim estava próximo e porque estavas tão magro que conseguia sentir todos os teus ossos, mas eu sei que sentias que não te ligava nenhuma. Há duas noites atrás tive um pesadelo contigo, sonhei que saltavas da varanda e caías lá em baixo, acordei mal disposta, que horror. Esta manhã não aguentas-te e deixaste-te cair devagarinho, sozinho lá em casa, na tua casa; não imagino o que sentiste quando por fim respiras-te pela última vez...
Partiste sem me poder despedir de ti...
Partiste sem me poder despedir de ti...
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